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Interior

Poço será instalado em aldeia em que 61% das pessoas não têm rede de água

Empresa ganhou licitação para executar obra na Aldeia Potrego Guassu, em Paranhos, em 240 dias

Por Silvia Frias | 24/04/2024 10:44
Vista geral da Aldeia Potreto Guassu, em Paranhos (Foto/Reprodução)
Vista geral da Aldeia Potreto Guassu, em Paranhos (Foto/Reprodução)

A empresa Trento Soluções em Construções será responsável pela instalação e manutenção de poços para atender indígenas guarani-ñandeva da aldeia Potrero Guassu, em Paranhos, distante 462 quilômetros de Campo Grande.

O projeto, orçado em R$ 1,774 milhão, foi previsto para resolver o déficit de atendimento, em que 61% das famílias não são atendidas pela rede de abastecimento existente, problema crônico nas comunidades indígenas de MS.

O resultado da licitação foi publicado hoje no Diário Oficial da União, decorrente de processo licitatório aberto no ano passado. A partir da assinatura da ordem de serviço, a empresa terá 240 dias para execução de todas as etapas, que inclui serviços de geologia e engenharia.

Hoje, segundo informações do edital e documentos do Dsei-MS (Distrito Sanitário Especial Indígena Mato Grosso do Sul), a aldeia Potrero Guassu tem população de 989 indígenas, que residem em 282 casas. Destas, apenas 38,66% estão sendo abastecidas pela rede de abastecimento de água, sendo que 173 casas não têm ligação correta e cavalete individual.

Reservatório instalado na aldeia, que necessita de manutenção (Foto/Reprodução)
Reservatório instalado na aldeia, que necessita de manutenção (Foto/Reprodução)

No edital, consta ser um sério problema, já que há apenas um poço em funcionamento e dois reservatórios, que não atendem as casas que estão nas partes mais altas do território. “Além desse problema, a aldeia ainda possui ligações com mangueiras improvisadas e inadequadas e algumas ligações domiciliares são realizadas a partir de outras ligações domiciliares ao invés de ser realizada a ligação na rede de abastecimento”, justificou.

Além da perfuração do poço, a empresa também será responsável pela implantação de outro reservatório metálico, de casa de comando, além da manutenção do outro poço já existente. O projeto foi concebido para ter alcance de 20 anos.

O desabastecimento de água é problema recorrente nas aldeias indígenas em Mato Grosso do Sul, sendo resolvido de forma paliativa. No dia 21 de março, o Campo Grande News divulgou contrato que prevê o uso de caminhão-pipa nas comunidades Ypo'I e Arroi-Korá, em Paranhos. O edital relata que “trata-se de remediação, em caráter provisório, da situação hídrica das comunidades”.

Em outubro de 2023, a imagem de crianças da Aldeia Bororó, em Dourados, andando sob sol escaldante em busca de água, causou choque: o abastecimento feito por caminhões-pipa e nas redes existentes não é suficiente para a comunidade, que recorreu ao riacho.

A Sanesul apresentou, em setembro do ano passado, um planejamento estimado em R$ 44 milhões para ampliação da rede de abastecimento de água em aldeias. Há projeto previsto no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas que ainda depende de liberação da verba federal.

Casas que não são atendidas pelo abastecimento de rede na aldeia (Foto/Reprodução)
Casas que não são atendidas pelo abastecimento de rede na aldeia (Foto/Reprodução)

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